Bolsonaro substitui ronco do povo pelo medo da rua

Como se sabe estava marcado para este domingo (15) um protesto contra os deputados e os Ministros do Supremo, coisa organizada pelos apoiadores do Capitão. 

Contudo, devido ao Coronavírus, corria-se o risco de esvaziamento da manifestação, daí que o Presidente tratou logo de desmobilizar usando como pretexto o vírus. Segundo o Presidente, corria-se o risco de contaminação com tanta gente junta. 

Pouco antes, o Capitão tinha sugerido que a manifestação fosse adiada por um ou dois meses, não cancelada. “já foi dado um tremendo recado ao parlamento”, declarou Bolsonaro. Contudo, os fatos não mostram isso, já que os parlamentares deram um duro recado, bilionário, ao governo.

Na véspera, deputados e senadores derrubaram um veto do presidente colocando uma bomba de R$ 20 bilhões anuais, ampliando o número de pessoas que terão direito ao BPC.

O Ministro Paulo Guedes informa que irá ao Supremo e ao TCU contra esta ampliação, já que a lei proíbe a criação de despesa sem indicar a receita.

O que está em jogo é a guerra de quem dará as cartas a R$ 30 bi do orçamento, daí a estratégia de Bolsonaro de não fustigar o parlamento.

No pronunciamento em rede nacional, Bolsonaro pareceu fora de si, dizendo: “o momento é de união, serenidade e bom senso”. Mas voltou ao normal quando disse que “as motivações da vontade popular continuam vivas e inabaláveis”.