As investigações levaram a Polícia a pedir a prisão de Francisco Bezerra Alexandre, de 36 anos, o que foi deferido pela Justiça. Nessa terça-feira, 20, mandado de prisão preventiva contra ele foi cumprido em um apartamento do bairro Maraponga. No local, os policiais encontraram 191 cartões magnéticos com dados de terceiros, dezenas de maquinetas de cartões e papéis para fabricação de documentos, como RGs e comprovantes de endereço.
Antes, já haviam sido apreendidos 200 cartões bancários. Também foram encontrados chips telefônicos, notebooks e aparelhos celulares.
Foram presos em flagrante no apartamento, além de Francisco, sua
esposa Samara Lívia Pires Braga, 27, e Francisco Alison Pinto Patrício, 23 anos.
Conforme o delegado Ismael
Araújo, titular da Delegacia de Combate aos Crimes de Lavagem de Dinheiro
(DCCLD), os golpes foram denunciados pelas próprias instituições financeiras.
Ele classificou o esquema desbaratado como de “média complexidade”. “Eles
dependem de informações que são, relativamente, privilegiadas. Dependem também
da utilização desses implementos”, disse.
“Vocês observam, por exemplo, que eles
tiveram acesso a papéis em branco de comprovantes de residência, então, isso
reclama uma atividade anterior.” O delegado optou por não divulgar como os
criminosos tinham acesso aos dados para evitar propagar informações que possam
vir a resultar em novos crimes. Mas destacou a gravidade do vazamento de dados
na internet para a prática desse tipo de crime. As vítimas são de todo o Brasil.
As investigações prosseguem
e devem apurar se mais pessoas faziam parte do esquema, incluindo servidores
públicos. A existência de bens obtidos de forma criminosa também é apurada. O
delegado Ismael Araújo acredita que o valor conseguido pelo esquema era ainda
maior que os 2,5 milhões já apurados.
O mandado contra Francisco
dizia respeito a crimes de estelionato, falsificação de documentos públicos e
privados, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele também foi autuado em
flagrante por associação criminosa, assim como Samara Lívia e Francisco Alison
— este último ainda deverá responder por falsificação de documento público e
privado e lavagem de dinheiro.
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