A candidatura de Simone Tavares (PDT), prefeita eleita do município de Caridade, a 95 km de Fortaleza, foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nesta quarta-feira, 18. Julgamento unânime com parecer da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) considerou a candidata inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, devido Simone ter tido as contas de gestão quando era secretária municipal de saúde reprovadas por irregularidades no ano de 2004.
O
município de Caridade foi centro de polêmicas no primeiro turno das eleições,
quando viralizou um vídeo de um tatu-bola sendo
maltratado na comemoração política da candidatura vitoriosa. O
animal foi preso em um veículo e arrastado com uma corda por uma rua. A mulher,
que ainda deu ao tatu um líquido semelhante à cerveja, foi identificada pelas
imagens e está sendo investigada pela Polícia Civil.
Durante
a gestão da atual prefeita eleita, foram comprados R$ 55,2 mil em medicamentos
sem licitação, que ainda tiveram atraso no envio de documentação mensal de
despesas e receitas ao Tribunal de Contas do Município (TCM). "A
irregularidade que o TCM considerou ao julgar irregulares as contas da recorrente
é insanável e configura ato doloso de improbidade administrativa, de modo que
incide, no caso, a inelegibilidade prevista na da Lei Complementar
nº64/90", diz parecer da procuradora regional eleitoral Lívia Sousa.
Caso
foi analisado após a Promotoria Eleitoral da 111ª Zona Eleitoral recorrer da
decisão de juiz que deferiu a candidatura de Tavares, afirmando ser um
"mero erro sanável e superficial deixar de adotar os ditames da Lei de
Licitação". Parecer do PRE, porém, ao indeferir a candidatura, considerou
que "a admissibilidade de irregularidades gravíssimas assim é
inaceitável".
"No
presente caso, não é crível que tenha existido procedimento licitatório. Ou
ainda que se admita que houve, os documentos apresentados pela impugnada
demonstram que ela adjudicou um objeto e realizou pagamentos a empresa em um
procedimento sem qualquer indício de competitividade entre os licitantes ou de
busca da melhor proposta para a Administração Pública", definiu a
procuradora Lívia Sousa.
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