Mais de dois terços dos estudantes brasileiros de 15 anos têm um
nível de aprendizado
em matemática mais baixo do que é considerado "básico" pela Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os dados são da edição 2018
do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em
inglês), divulgados nesta terça-feira (3).
O nível
2, considerado o básico, é atingido a partir da nota
420,07 no Pisa. Já para entrar nos níveis considerados de alto
desempenho (níveis 5 e 6), é preciso ter uma nota
acima de 606,99.
Levando em conta
essas notas, o Brasil teve 43,2% de participantes demonstrando um aprendizado
abaixo do nível 2 em todas as três provas, enquanto apenas 2,5% ficaram no
nível 5 ou 6 em leitura, matemática e ciências. Na média da OCDE, essas
porcentagens são de 13,4% e 15,7%, respectivamente.
O que é o Pisa?
O Pisa
é uma avaliação mundial feita em dezenas de países, com
provas de leitura, matemática e ciência, além
de educação financeira e um questionário com estudantes, professores, diretores
e escolas e pais;
Ela é
realizada a cada três anos – a mais recente foi aplicada em 2018 com uma
amostra de 600 mil estudantes de 15 anos de 80 países
diferentes. Juntos, eles representam cerca de 32 milhões de pessoas
nessa idade;
A cada
ano, uma das três disciplinas principais é o foco da avaliação – em 2018, o foco é na leitura;
O Brasil participou de todas as edições do Pisa
desde sua criação, em 2000, mas continua muito abaixo da pontuação de países
desenvolvidos e da média de países da OCDE, considerada uma referência na
qualidade de educação.
Baixa aprendizagem
no Brasil
Nas três provas, o Brasil ainda não
conseguiu reduzir o número de estudantes com aprendizado abaixo do nível básico
para menos da metade. Porém, a situação segue mais crítica em matemática: 68,1%
dos estudantes estão nessa situação.
"No
Brasil, o desempenho médio em matemática melhorou entre 2003 e 2018, mas a
maior parte dessa melhora aconteceu nos ciclos iniciais [as primeiras edições
do Pisa]. Depois de 2009, em matemática, assim como em leitura e em ciências, o
desempenho médio para flutuar ao redor de uma tendência de estagnação",
avaliou a OCDE.
Porém, mesmo com a melhora no
desempenho médio, em toda a série histórica considerada pela OCDE, o Brasil não
conseguiu ter menos que dois terços de seus estudantes com nota abaixo de
420,07 em matemática. Além disso, só nas edições de 2003 e 2006 o Brasil teve
mais de 1% de jovens com a pontuação acima de 606,99, ou seja, nos níveis 5 e
6, considerados de alto desempenho.
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