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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Conselho Nacional do MP decide investigar procurador do PA que disse que 'índio não gosta de trabalhar'


A Corregedoria Nacional do Ministério Público (CNMP) instaurou reclamação disciplinar para apurar a conduta do procurador do Ministério Público do Pará (MPPA) Ricardo Albuquerque. 


Ele se envolveu em uma polêmica na última terça-feira (26) ao dizer em uma palestra para estudantes do curso de Direito que o "problema da escravidão no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar". O procurador ainda não se manifestou sobre a decisão.

De acordo com o CNMP, o procedimento foi instaurado para que seja analisado se o procurador cometeu alguma infração disciplinar. Segundo a Corregedoria, não há prazo para a conclusão da análise e que, após os trâmites, serão decididas as providências que serão tomadas.
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Pedido de afastamento
Nesta quinta-feira (28), Ricardo Albuquerque pediu afastamento do cargo de Ouvidor-Geral do Ministério Público do Pará (MPPA). O colégio de procuradores do MPPA abriu um procedimento para apurar a conduta de Ricardo Albuquerque à frente do cargo. A decisão foi tomada depois da repercussão das declarações recentes feitas por ele que ganharam repercussão nas redes sociais.

Áudio viraliza e gera protestos
O áudio de uma palestra do procurador Ricardo Albuquerque viralizou nas redes sociais na terça-feira (28). Em um trecho, Albuquerque diz: "não acho que nós tenhamos dívida nenhuma com quilombolas. Nenhum de nós aqui tem navio negreiro".

Ainda na terça, o MPPA informou em nota que repudia o teor do áudio e afirma que ele reflete somente a opinião pessoal do procurador. A instituição disse que tem trabalhado para assegurar a implementação de políticas públicas para garantir às populações negras e indígenas a efetivação da igualdade de oportunidades.

O MPPA ainda reafirmou que não compactua com qualquer preconceito ou discriminação a grupos vulneráveis da sociedade.

O conteúdo do áudio gerou protestos de representantes do movimento negro, indígena e quilombola, nesta quinta, em frente à sede do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), no bairro da Campina, em Belém. (G1)


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