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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Levy no BNDES injeta ironia na gestão Bolsonaro

A escolha de Joaquim Levy para ocupar a presidência do poderoso BNDES é o cúmulo da ironia. Ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Levy pediu demissão porque foi impedido de colocar em pé uma política de austeridade fiscal. Com sua saída, acentuaram-se os problemas que, junto com a corrupção, fizeram ferver o caldeirão do impeachment: gastos públicos desmedidos, negligência com o controle da inflação e malabarismos contábeis.
Apoiadores de Bolsonaro torceram o nariz para a escolha de Joaquim Levy. Alegaram que não faria sentido convidar um ex-ministro de Dilma para integrar o governo do capitão. Tolice. Pode-se detestar Levy. Mas é preciso encontrar outra razão. Sob Dilma, o personagem foi um ministro ornamental, figurativo. Sua principal serventia era a de saco de pancadas do Planalto e do PT.
Levy volta à cena como frentista do Posto Ipiranga Paulo Guedes no BNDES, sob a presidência de Jair Bolsonaro. Logo Bolsonaro, personagem que foi catapultado do baixo clero da Câmara para o Planalto pela maior força política da temporada eleitoral de 2018: o antipetismo.
A ironia só não será completa porque o eleitor de Minas Gerais sonegou um mandato de senadora para Dilma Rousseff. Seria divertido assistir à ex-presidente inquirindo numa comissão qualquer do Congresso o novo comandante do BNDES, o ex-auxiliar que ela não permitiu que retirasse seu governo do atoleiro fiscal.

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