Estava
combinado que o deputado mineiro Bonifácio de Andrada eliminaria a denúncia
contra Michel Temer, preparando-a para o enterro. Mas o relator tucano entregou mais do que o presidente encomendara. Ele abateu a peça da
Procuradoria-Geral da Repúclica com requintes de crueldade.
Tratou Temer e os
ministros palacianos Eliseu Padilha e Moreira Franco como inocentes criaturas,
como se nada tivesse sido descoberto sobre eles. E criticou vorazmente a
Polícia Federal, o Ministério Público e até o Judiciário. Mal comparando,
Bonifácio comportou-se como uma espécie de São Jorge às avessas. Em vez de
salvar a donzela, casou-se com o dragão.
Para
Bonifácio, o Ministério Público ''comanda'' a Polícia Federal e, ''mancomunado
com o Judiciário'', causa um desequilíbrio entre os Poderes. O deputado avalia
que agentes federais, procuradores e magistrados têm poder demais. E utilizam
todo seu poderio para se sobrepor ao Legislativo e ao Executivo. ''Basta
verificar que, nesses autos, a Presidência da República não é tratada com a
devida reverência'', queixou-se o relator, abstendo-se de reprovar a
irreverência com que os acusados tratam a chamada “coisa pública”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário