De todos
os reincidentes horrores da política brasileira, o pior é o descaso dos
políticos com a opinião pública. Esse descaso persiste desde a chegada das
caravelas. Dura tanto tempo porque, no fundo, reflete o que a oligarquia
política do país pensa de si mesma e da sociedade. Os aligargas avaliam que,
acima de um certo nível de poder e renda, ninguém deve nada. Muito menos
explicações a quem quer que seja.
Encrencado
na Lava Jato, Edison Lobão foi eleito nesta quarta-feira presidente do mais prestigioso
colegiado do Senado: a Comissão de Constituição e Justiça. Chegou ao posto
empurrado pelo réu Renan Calheiros e por José Sarney, pai de Roseana Sarney,
também encrencada na Lava Jato. Do alto do novo posto, Lobão presidirá a
sabatina de Alexandre de Moraes, o tucano que seu correlegionário Michel Temer
indicou para o Supremo Tribunal Federal.
Lobão
presidirá também a sabatina do substituto do procurador-geral da República
Rodrigo Janot, cujo mandato à frente da chefia do Ministério Público e das
investigações da Lava Jato expira em setembro.
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