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segunda-feira, 27 de julho de 2015

Analista afastada do Santander durante campanha acertou previsão econômica

Em julho do ano passado, em plena campanha presidencial, os clientes do banco Santander com renda mensal superior a R$ 10 mil receberam em seus extratos uma análise premonitória. O texto insinuava que o cenário favorável à reeleição de Dilma Rousseff levaria à deterioração da economia. Haveria alta dos juros, desvalorização do Real frente ao dólar e queda na Bolsa de Valores.

Divulgado pelo repórter Fernando Rodrigues há um ano, em 25 de julho de 2014, o informe do Santander provocou a ira do petismo. Lula execrou em público a analista de mercado Sinara Polycarpo Figueiredo, que chefiava o departamento do banco que produzira a análise: “Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma. Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente… Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim.”
Dilma também abespinhou-se: “A característica de vários segmentos é especular. Sempre que especularam, não se deram bem. É inadmissível para qualquer país, principalmente um país que é a sétima economia do mundo, aceitar qualquer nível de interferência de qualquer integrante do sistema financeiro, de forma institucional, na atividade eleitoral e política.''
O pedido de Lula foi atendido. Além de desculpar-se por meio de nota, o Santander levou à bandeja os escalpos de quatro funcionários, entre eles Sinara. Dali a três meses, Dilma prevaleceria nas urnas sobre o rival tucano Aécio Neves. Desde então, acentuou-se a ruína econômica.
Nesta sexta-feira (24), sob o impacto da revisão da meta de superávit fiscal do governo, o dólar subiu pelo terceiro dia consecutivo. Bateu em R$ 3,34. É a maior cotação em 12 anos. O Ibovespa, principal índice de ações do país, fechou o dia com uma queda de 1,13%. Foi o sexto declínio consecutivo. A taxa de juros é de 13,75% ao ano e o Banco Central pode elevá-la pela sétima vez nesta semana.
A demitida Sinara saiu de cena com a espinha ereta: “Minha trajetória é impecável e bem-sucedida. Portanto, jamais poderá estar associada a qualquer polêmica. Esse assunto já se esgotou.'' Hoje, Dilma comanda uma presidência hemorrágica. E Lula é candidato a passar à história como um político que não entende “porra nenhuma” de candidaturas presidenciais.

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