Familiares dos franceses que sofreram choque elétrico na terça-feira de Carnaval (12), em Acaraú, litoral Oeste do Ceará, pretendem entrar com ação indenizatória contra a Companhia Energética do Ceará (Coelce). Jean Claude Defranché, 69 anos, e Jean Dominique Martini, 64 anos, passeavam pelas dunas, em Carrapateiras, quando sofreram descargas elétricas devido a um fio de alta tensão da Companhia, que estava parcialmente coberto pela areia.
Devido a complicações das queimaduras causadas pela descarga elétrica, o aposentado Jean Dominique morreu no último dia 18. O estado de saúde de seu cunhado, o também aposentado Jean Claude, continua grave. Mas, de acordo com informações da assessoria de comunicação do Instituto Doutor José Frota (IJF), seu quadro de saúde é estável. Diariamente, o francês passa por banhos anestésicos.
Leandro Vasques, advogado das famílias, está acompanhando o inquérito policial instaurado em Acaraú, que já ouviu algumas testemunhas. Em seguida, ele disse que pretende ingressar com ações indenizatórias contra a Companhia. Conforme afirma, as testemunhas apontam que houve uma omissão "imperdoável e inexplicável" por parte da Coelce, uma vez que o problema já havia sido constatado há cerca de três meses, mas nenhuma providência havia sido tomada.
"Só o fato de existirem testemunhas já ouvidas pelas autoridades policiais locais que relatam que, há mais de três meses, aquele cenário de risco existia revela a irresponsabilidade e a grave omissão da Coelce que, por ser uma concessionária de serviço público, deveria zelar por uma boa prestação de serviço e não pôr em risco vidas humanas", avalia Vasques.
O advogado comenta que o francês Jean Claude Defranché reside no Brasil há mais de dez anos, no município de Jijoca, Noroeste cearense, onde é proprietário de um restaurante. O aposentado Jean Dominique estava na região há duas semanas. Ele teria vindo passar o Carnaval e pretendia investir na área imobiliária. Tinha, inclusive, antecipado a passagem de volta para França. Enquanto estava internado no Frotão, o aposentado chegou a ter uma perna amputada. (Diário do Nordeste)
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