Em
decisão inédita no Judiciário cearense, o Tribunal de Justiça do Estado (TJCE),
através de sua Primeira Câmara Criminal, decidiu, por unanimidade, revogar uma
série de medidas judiciais que haviam sido impostas a um grupo de gestores
públicos e empresários acusados do desvio de verbas no Município de Ibiapina
(320Km de Fortaleza), através de fraude em licitações.
Esta foi, na prática, a primeira derrota sofrida pelo
Ministério Público Estadual (MPE) desde o início de uma empreitada desencadeada
em conjunto com as autoridades policiais no sentido de estancar o desvio de
dinheiro público em prefeituras do Interior.
Desbloqueio
A decisão do TJCE
revoga, não apenas a prisão preventiva dos acusados, mas também anula o
bloqueio de ativos financeiros dos réus no processo, desfaz a indisponibilidade
de seus bens e também cancela a proibição dos empresários de firmar contratos
com o Poder Público. Assim, os envolvidos nas investigações – já em liberdade –
poderão voltar a fazer contratos de prestação de serviços, construção civil e
outras atividades, com prefeituras, mesmo aquelas que ainda estão sob
investigação.
A apuração do desvio de verbas através de fraudes em
processos licitatórios já colocou na cadeia diversos gestores. No rol dos
Municípios investigados estão, entre outros, Senador Pompeu, Ibaretama, Ipu,
Pacajus, Nova Russas, Icapuí, Iracema, Mombaça, Santana do Acaraú, e, mais
recentemente, Paraipaba, situado no Litoral Oeste do Estado.
A decisão do
TJCE, através da sua Primeira Câmara Criminal, acabou por beneficiar três
empresários que haviam sido presos durante uma megaoperação das polícias Civil
e Federal na manhã do dia 31 de agosto do ano passado, em desdobramento a
outras duas operações batizadas de ´Províncias I e II”.
No
total, 12 pessoas, entre gestores, seus familiares e empresários, tiveram
prisão decretada pela juíza de Direito Ana Paula Feitosa de Oliveira, que
respondia interinamente pela Comarca de Ibiapina. Na época, as autoridades
revelaram que as fraudes teriam causado um prejuízo da ordem de R$ 30 milhões
aos cofres públicos.
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