O total de divorciados no Ceará saltou de 0,85% da população para 1,7% de 2000 a 2010. Segundo o estudo do Ipece, o crescimento foi 100,57% - maior que a média nacional de 83,07%.
No Nordeste, a variação foi de 105,37%. “Isso é influenciado pela facilidade de hoje para pedir o divórcio ao fato de a mulher estar mais inserida no mercado de trabalho e não depender tanto do cônjuge e ao planejamento familiar”, lista a técnica Raquel Sales, do Instituto. “O casamento deixou de ser prioridade”, emenda a coordenadora do estudo, Janaína Feijó.
Dois anos atrás, o número de divorciados aqui era de 120.725; em 2000, eram 49.137. “Acho que o divórcio é aceito com mais naturalidade hoje. Antigamente, os casamentos eram considerados eternos”, avalia o analista de sistema Eduardo Victor Gomes, 53. Ele está separado há três anos.
No mesmo período, os casamentos diminuíram em 19,63%. As uniões consensuais (heterossexuais e homoafetivas) cresceram 41,89%. “Mostra que o Ceará não é mais tão conservador”, avalia Flávio Ataliba.
A publicitária Cíntia Medeiros, no entanto, não abre mão da cerimônia religiosa no casamento marcado para novembro. “Nossas famílias são religiosas. E sempre frequentei a religião, independente do casamento”. Ela considera que o orçamento está mais caro que anos atrás. “Mas está sendo tranquilo. É só ter paciência”. (Bruno de Castro/Geimison Maia)
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