A
duas semanas do final, o recesso parlamentar ganhou um símbolo: o rato.
Normalmente, é notívago. Como certos políticos, age na treva. Teme a luz do
dia. Só sai da toca à noite.
Ausentes os egocêntricos intrusos, os
roedores deram azo ao ratocentrismo. Tomaram posse. Há dois dias, véspera do
depoimento de Fernando Bezerra, deu-se o inusitado.
Um
rato decidiu dar as caras na Secretaria-geral da Mesa do Senado. Em pleno
horário de expediente. A assessoria de José Sarney preparava a audição do
ministro.
Como que irritado com religamento
extemporâneo das caldeiras do Congresso, o rato perdeu a cabeça. Mordeu o pé de
uma servidora. Por mal dos pecados, ela calçava sandálias.
A
reação foi instantânea. Implacável. Inapelável. Determinou-se a desratização da Secretaria-geral. De quebra,
encomendou-se a dedetização do ambiente.
Injusto, muito injusto, injustíssimo.
Brasília há muito ganhou a forma de um queijo 100% feito de buracos. O STF
inibiu o uso do politicida da Ficha Limpa. Por que, então, a reserva de
mercado?
Josias de Souza
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