A Procuradoria Geral do Estado do Piauí está cobrando urgência do STF,
na decisão sobre ação impetrada por aquele estado, requerendo que aquele
colegiado determine, finalmente, a quem pertencem os 2.821 Km2, em litígio
entre o Piauí e o Ceará. Antes, a PG do Piauí havia requerido a posse pura e
simples dessas terras.
Mas a resolução desse impasse não é nada fácil. Afinal,
trata-se de uma questão cujas origens remontam do Império, e que jamais foram
decididas de maneira a contentar os dois estados. Na Constituinte-88, ficou
certo que, em 1991, tudo seria resolvido, o que não houve. Tentativas
esporádicas, como ocorreu na Assembléia Legislativa do Ceará, em 2003,
terminaram em nada.
O impasse envolve muitos interesses, porque incide na divisão de 14
municípios, sendo oito do Ceará e seis do Piauí. Este estado, segundo alerta o
deputado Neto Nunes, mira espaços aprazíveis da Ibiapaba, de grande
atratividade turística, além de adequados à fruticultura, horticultura e
floricultura. O que a AL deveria debater, a partir de hoje, é como impedir que
o Ceará termine perdendo valiosas áreas, à falta de mais empenho no passado.
É bom lembrar: se o STF der ganho da causa ao Piauí, o Ceará
perde 66% de Poranga; 32% de Croatá; 21% de Guaraciaba; 18% de Carnaubal; 8% de
Crateús e 7% de Ipaporanga. Isso, sem se falar em outros pequenos nacos de
Ibiapina, Ubajara, Tianguá e Viçosa. A tarefa é de todos os deputados, não
pporque eli tenham votos, mas por se tratar-se de um dever para com todos os
cearenses.
Por Fernando Maia
Um comentário:
Até hoje nunca entendi os reais motivos de não levarem este debate para o conhecimento de todos os cidadãos croataenses. Em Croatá várias audiências públicas foram realizadas pelo Poder Legislativo para discutir assuntos que em muitos momentos pareciam de interesse apenas de um pequeno grupo. A área de litígio é de interesse de todos os cidadãos deste município. Se os vereadores querem fazer alguma coisa útil, então realizem uma audiência pública para discutir este assunto com a população.
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