O
Ceará aumentou em 450% o número de prefeitos com mandatos cassados na atual
quadra administrativa (2009-2011), em comparação com o anterior (2005-2008).
Pelo menos 18 prefeitos cearenses eleitos no último pleito municipal foram
afastados de seus cargos por decisões judiciais, desde 2009.
Os motivos estão relacionados, principalmente, ao envolvimento dos gestores em
fraudes nas eleições e crimes contra o patrimônio público, praticados no curso
da gestão. Estudo realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em
2008, revela que, no mandato anterior, o número de prefeitos cassados foi de
apenas quatro.
Dos
18 prefeitos cearenses que precisaram deixar o mandato mais cedo, 13 foram
afastados por descumprimento da legislação eleitoral e cinco por envolvimento
em crime contra o erário. No entanto, alguns gestores cassados respondem a
processos tanto por fraude eleitoral quanto por improbidade administrativa. É o
caso, por exemplo, daqueles que foram eleitos para os municípios de Alcântaras
e Santana do Acaraú.
Os prefeitos de Altaneira, Antonina do Norte, Ararendá, Baixio, Bela Cruz,
Granja, Icapuí, Jardim, Umirim, Itapiúna, Santa Quitéria e Orós foram cassados
pelo TRE por conta de crimes eleitorais que vão desde a utilização irregular
dos meios de comunicação e o abuso de poder econômico até a compra de votos na
campanha eleitoral. Parte desses gestores, no entanto, voltaram a ocupar os
cargos por conta de algumas decisões liminares.
Desses municípios, já foram realizadas eleições suplementares em Alcântaras,
Altaneira, jardim e Umirim. Já estão marcados novos pleitos em Antonina do
Norte e Icapuí e estão suspensas as eleições suplementares em Ararendá, Santa
Quitéria e Santana do Acaraú. A prefeita de Orós continua no exercício do
mandato por uma decisão liminar.
Já os gestores eleitos para administrar
os municípios de Senador Pompeu, Ibaretama, Independência e Nova Russas
respondem por improbidade administrativa e crime contra o patrimônio público.
Esses casos indicam prejuízo ao erário por conta de desvios de recursos, mau
uso do dinheiro público e fraude em licitações.
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