O soldado da Polícia Militar Gabriel Lima Martins foi punido com a expulsão da Polícia Militar por acusação de envolvimento no motim de 2020. Com ele, são oito policiais militares excluídos da corporação, sete expulsos e um demitido.
A expulsão foi publicada pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário no Diário Oficial do Estado desta terça-feira, 18.
Além disso, foram punidos ainda os
soldados da PM José
Wendel Melo Siqueira e José
Afonsio Parente Feijó Júnior, ambos com a pena de permanência
disciplinar, pela qual eles devem permanecer retidos nos respectivos órgãos
militares.
Gabriel aderiu à paralisação no dia 23 de fevereiro do 2020.
Em frente ao 18º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no bairro Antônio Bezerra, foi carregado nos ombros e celebrado pelos
demais amotinados. Era uma força simbólica ao movimento que um
policial de batalhão especializado se somasse. Nesse intuito, os gritos foram:
"Ó, ó, ó, a Polícia é uma só."
O policial foi ao Batalhão fardado e
com equipamentos das forças policiais, o que, segundo consta na decisão da
CGD, reforça a "afronta à disciplina militar".
"Em desprezo à sua unidade
especializada e às instituições militares, verifica-se no vídeo da mídia da fl.
14 que sua chegada ao 18º BPM foi
aclamada por policiais militares grevistas, tendo sido
levado nos braços pelos amotinados. Com seu desdém para com a sua missão
constitucional, feriu
veementemente atributos fundamentais, determinantes da moral
militar estadual, como a hierarquia, a disciplina, o profissionalismo, a
lealdade, a honra, a honestidade, dentre outros", diz a decisão.
O soldado afirmou que foi diagnosticado,
mês após o período do motim, com transtorno bipolar, mas salientou que já
atravessava problemas psicológicos antes da paralisação. Disse que
não foi ao 18º BPM armado.
"Embora o acusado tenha alegado que
já sofria com problemas psicológicos desde período anterior ao movimento
grevista, os oficiais comandantes ouvidos como testemunhas nada relataram
acerca de alterações do acusado durante seus serviços. Ao contrário disso,
elogiaram a conduta do militar acusado, nada se pontuando sobre prejuízos no
serviço ou restrições na autodeterminação do acusado", diz a decisão,
contrariando versão do policial.
Gabriel Lima Martins pode recorrer da
decisão dentro do prazo de dez
dias corridos após publicação no DOE. Segundo o
Governo do Ceará, atualmente, 351
policiais identificados por participarem do motim respondem
a processos administrativos disciplinares. Estão em fase de instrução
processual. Também existem investigações em curso que podem gerar novos
processos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário