Bolsonaro dedicou seis minutos de sua live a Moro. Chamou seu ex-ministro de "palhaço" e "mentiroso". Disse que ele "não tem caráter".
Horas antes, numa entrevista concedida a proposito
do lançamento do seu livro, Moro dissera que o ex-chefe, em vez de ajudá-lo no
esforço para restabelecer a regra que permitia a prisão de condenados na segunda
instância, festejou a libertação de Lula por achar que isso lhe renderia
dividendos políticos.
"Mentiroso deslavado", respondeu Bolsonaro. O
capitão fez uma pergunta típica dos grandes professores: "Aprendeu rápido
a velha política, hein, Moro?" Bolsonaro jogou no ventilador a Vaza Jato,
calcanhar de vidro de Moro. A certa altura, a pretexto de rebater a acusação de
que se rendeu à velha política, Bolsonaro perguntou, estalando de cinismo, se
Moro não sabia que grupo político ele integrou antes de virar presidente.
"Como se todo mundo do Centrão não prestasse", disse.
Essa troca de ofensas é muito didática. É como se os dois
contendores, depois de andar de mãos dadas descalços, se dedicassem a plantar
espinhos no caminho um do outro. O problema de uma discussão de duas pessoas
que acham que o outro não cheira bem é o mesmo de dois gambás que decidem
brigar. Mesmo quem ganha a briga sai fedendo.
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