A Polícia Federal solicitou, na última quarta-feira, 17, a prisão preventiva do padre Robson de Oliveira, suspeito de lavagem de dinheiro da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), em Trindade, Goiás. O sacerdote era reitor do Santuário Divino Pai Eterno, principal ponto de peregrinação de católicos no estado.
O pedido foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) após
investigações da operação Vendilhões levarem a crimes como apropriação
indébita, falsificação de documentos, sonegação fiscal, associação criminosa e
lavagem de dinheiro envolvendo o padre e a Afipe, que era coordenada pelo
sacerdote e recebia doações de fiéis de todo o Brasil.
O religioso era investigado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO)
desde o ano passado, após interceptação autorizada pela Justiça flagrar
conversa em que Robson negociava suposto pagamento de propina a desembargadores
do Tribunal de Justiça de Goiás, a fim de obter decisão favorável em um de
processo envolvendo fazenda da Afipe.
Padre Robson teria desviado mais de R$
100 milhões, valor que deveria ser destinado para a construção
da nova basílica de Trindade, o maior templo de Goiás. Com o dinheiro, o
sacerdote teria comprado imóveis de luxo, como uma fazenda de R$ 6,3 milhões e
uma casa na praia de Guarajuba (BA) de R$ 3 milhões, além de um avião, de
acordo com informações do MP.
Informações de dentro da Polícia Federal
apontam que o padre já não se encontra em Goiás desde que o pedido foi
protocolado. A defesa de padre Robson de Oliveira alega que os fatos usados
para fazer o pedido de prisão são antigos e não justificariam uma detenção.
“Até o momento, em razão da gravação
ambiental realizada por Robson, sabemos que o pagamento da propina ocorreu, mas
ainda não temos a informação de como se operacionalizou, nem quem recebeu o
dinheiro a mando ou em nome de desembargado(res)”, diz um trecho do pedido de
prisão preventiva da PF enviado ao STJ.
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