Segundo ela, o agressor disse que ela não iria entrar no local porque era um homem devido a roupa que usava no dia, classificada por ele como roupas “masculinas”. A mulher ainda chegou a ser agredida com chutes e socos pelo homem. Polícia investiga denúncia de LGBTfobia.
O crime ocorreu durante uma seresta na cidade. Milene, que estava
acompanhada da sua namorada, conta que o homem começou a persegui-la na ida ao
banheiro. Conforme ela, o agressor falava: “Você vestida dessa forma tem o
direito de usar o banheiro dos homens”. Ela conta que chegou a pegar nos seios
e falar: “Eu sou mulher”. A trancista chegou relatar o caso ao dono
do estabelecimento e o agressor deixou o local por um momento.
Segundo a trancista, quando ela estava conversando com um amigo, o
homem surgiu atrás dela e a empurrou por cima de um carro. “Ele começou a me
agredir. Eu estava tentando me defender. O irmão dele chegou na minha frente e
disse: “Ei, aí é meu irmão'”. A vítima questionou: "Eu não posso
fazer nada? Você não está vendo que ele está me batendo?'”,
relata. Ao perceber que o homem estava muito violento e que as agressões
iriam continuar, a trancista conta que a sua companheira conseguiu intervir e
outras pessoas seguraram o agressor.
A vítima chegou a ser levada à Unidade
de Pronto Atendimento (UPA) de Tauá. Milene teve fratura no joelho, lesões e
hematomas por todo o corpo. Nesta quarta-feira, 24, a vítima irá fazer exame de
corpo de delito no Núcleo da Perícia Forense de Tauá. A trancista também
registrou um boletim de ocorrência no dia das agressões. Um inquérito foi
instaurado nessa segunda-feira, 22, na 14ª Delegacia Regional de Tauá, para
apurar a acusação de lesão corporal e LGBTfobia.
Nesta terça-feira, 23, segundo Milene,
uma equipe da Polícia Militar chegou a procurar o homem no estabelecimento e na
residência onde ele mora, mas o agressor não foi encontrado para prestar
esclarecimentos sobre o caso.
"Eu só
quero pedir Justiça"
Essa foi a primeira vez em que a
trancista Milene Pereira sofreu agressões de discriminação de gênero. “Eu não
durmo direito por causa da dor. Eu não consigo mais ver ele (agressor). Eu não
tenho motivo para ser agredida. Eu só quero pedir justiça”, pontua.
Em nota enviada ao O POVO,
nesta terça-feira, 23, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do
Ceará (SSPDS) disse que um inquérito policial foi instaurado na Delegacia
Regional de Tauá para investigar o caso. A pasta destacou que a população pode
contribuir com as investigações policiais repassando informações que auxiliem
os trabalhos policiais. As informações podem ser encaminhadas para o telefone
(88) 3437-1888, da Delegacia Regional de Tauá. O sigilo e o anonimato são
garantidos.
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