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sexta-feira, 25 de junho de 2021

Supremo ainda está focado em Sérgio Moro. Já o Centrão e o Bolsonaro, viraram a página

 

Um dia depois de o plenário do Supremo ter concluído o julgamento que grudou em Sergio Moro a pecha de juiz parcial, o ministro Gilmar Mendes estendeu a suspeição do caso do tríplex para outros dois processos: o do sítio de Atibaia e o do terreno que a Odebrecht deu de presente para servir de sede para o Instituto Lula.

A essa altura, a fixação do STF por Moro só interessa a Lula, que ganhou uma candidatura presidencial e uma pose de vítima para 2022. Os outros atores da cleptocracia brasileira já viraram essa página. Para trás.

Condenados como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha tentarão limpar suas fichas na lavanderia do Supremo. Delatores como os executivos da Odebrecht reivindicarão a devolução dos milhões que tiveram que restituir ao Tesouro quando confessaram suas culpas, convertendo-se em colaboradores da Justiça.

Em busca da impunidade perpétua, a turma do centrão prioriza duas tarefas. Numa, legisla em causa própria. Abre brechas na Lei de Improbidade Administrativa. Aprova regras que sujam a Lei da Ficha Limpa. Simultaneamente, o centrão cerca o presidente, arrancando dele todas as vantagens que o déficit público pode pagar.

O Supremo já havia lavado a ficha de Lula ao se render à tese jurídica segundo a qual os processos contra ele não deveriam ter sido julgados em Curitiba porque envolviam uma roubalheira que não se limitava à Petrobras. Já estava decidido que todas as culpas de Lula terão de ser julgadas novamente pela Justiça Federal de Brasília.

Nesse contexto, o reconhecimento da suspeição de Moro impõe que o novo julgamento comece do zero absoluto. Algo que já estava assegurado no caso do tríplex. E que Gilmar apressou-se em estender para os processos do sítio de Atibaia e do terreno do Instituto Lula.

No processo sobre o sítio, a sentença condenatória foi assinada pela juíza Gabriela Hardt, não por Moro. Na encrenca do terreno, o veredicto ainda nem foi emitido. Mas Gilmar sustenta que as digitais de Moro foram impressas nos autos em fases anteriores à sua saída da 13º Vara Federal de Curitiba. Daí o envio de tudo ao lixo.

Lula não concorre apenas ao Planalto. Graças ao Supremo, tornou-se candidato também à prescrição dos crimes que lhe foram atribuídos nos processos do tríplex e do sítio: corrupção e lavagem de dinheiro. A prescrição não se confunde com a inocência. O nome da mágica é outro: Impunidade.

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