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sábado, 24 de abril de 2021

No Interior do Ceará, terceirizados da Enel protestam contra salários atrasados e prometem paralisação


Funcionários terceirizados da empresa Enel, concessionária de energia elétrica no Ceará, fizeram um protesto nesta sexta-feira, 23, em três cidades do interior do Estado para denunciar atraso salarial e descumprimento de leis trabalhistas. A categoria promoveu manifestações nos municípios de Barbalha, na região do Cariri, Iguatu, no Centro-Sul, e Limoeiro do Norte, no baixo Jaguaribe. 

Os trabalhadores dizem que estão sem receber remuneração há quase dois meses. Eles são responsáveis pela manutenção da rede elétrica e realizam serviços emergenciais que vão desde a correção de panes até a religação de energia nas residências.

Os funcionários são contratados da empresa Endicon Engenharia, companhia paraense que presta serviços à Enel em várias cidades do Ceará. De acordo com um trabalhador, que pediu para não ser identificado, a categoria não recebe salários há pelo menos 50 dias. "Faltam 10 dias para completar dois meses de atraso. Nós procuramos os representantes da empresa quase todos os dias e a única coisa que eles nos dizem é que não tem dinheiro em caixa [para efetuar os pagamentos]”, conta, afirmando ainda que “se nada for feito até a próxima semana, vai parar tudo!”.



O presidente do Sindicato dos Eletricitários do Estado do Ceará (Sindeletro-CE), Cesário Macêdo, que esteve no protesto realizado em Barbalha, afirmou que a impontualidade salarial não é o único problema enfrentado pelos trabalhadores.


Segundo ele, há outros direitos trabalhistas básicos que não estão sendo garantidos. “Tivemos conhecimento de trabalhadores que não receberam o adicional de férias e de alguns que já foram demitidos e ainda esperam pelo dinheiro das rescisões. Enviamos vários ofícios para a Endicon e Coelce, mas as respostas nunca apresentaram soluções aos problemas relatados", conta Macêdo, acusando as duas empresas de descumprirem a convenção coletiva da categoria (2020/2021).

O sindicalista adiantou que na próxima semana o assunto será levado à justiça, caso não haja sinalização de que o impasse será destravado. “Estaremos ingressando com uma ação no Ministério do Trabalho, na próxima segunda-feira, pedindo bloqueio de valores da Endicon e da Enel para garantir que os salários sejam pagos”, afirma. Ainda segundo Macêdo, chega a 700 o número de terceirizados que trabalham em municípios do interior cearense à espera da regularização dos pagamentos.

O outro lado

A Endicon Engenharia foi procurada pelo O POVO para comentar o assunto, mas não atendeu ou retornou as ligações realizadas pela reportagem até o fechamento desta matéria.

Já a Enel Ceará, por meio de nota, disse que reforçou solicitação à empresa terceirizada para que “cumpra com suas obrigações trabalhistas, bem como do contrato de prestação de serviços”, mas não estipulou prazo para que o problema seja resolvido. A distribuidora esclarece ainda que, apesar dos protestos, a operação da rede elétrica não foi afetada e que o fornecimento de energia segue dentro da normalidade em todo o Estado do Ceará. (O Povo)

 

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