Funcionários terceirizados da empresa Enel, concessionária de energia elétrica no Ceará, fizeram um protesto nesta sexta-feira, 23, em três cidades do interior do Estado para denunciar atraso salarial e descumprimento de leis trabalhistas. A categoria promoveu manifestações nos municípios de Barbalha, na região do Cariri, Iguatu, no Centro-Sul, e Limoeiro do Norte, no baixo Jaguaribe.
Os trabalhadores dizem que estão sem receber remuneração há quase dois meses. Eles são responsáveis pela manutenção da rede elétrica e realizam serviços emergenciais que vão desde a correção de panes até a religação de energia nas residências.
Os funcionários são contratados da empresa Endicon Engenharia, companhia paraense que presta serviços à Enel em várias cidades do Ceará. De acordo com um trabalhador, que pediu para não ser identificado, a categoria não recebe salários há pelo menos 50 dias. "Faltam 10 dias para completar dois meses de atraso. Nós procuramos os representantes da empresa quase todos os dias e a única coisa que eles nos dizem é que não tem dinheiro em caixa [para efetuar os pagamentos]”, conta, afirmando ainda que “se nada for feito até a próxima semana, vai parar tudo!”.
O presidente do Sindicato dos Eletricitários do Estado do Ceará (Sindeletro-CE), Cesário Macêdo, que esteve no protesto realizado em Barbalha, afirmou que a impontualidade salarial não é o único problema enfrentado pelos trabalhadores.
Segundo ele, há outros direitos trabalhistas básicos que não estão sendo
garantidos. “Tivemos conhecimento de trabalhadores que não receberam o
adicional de férias e de alguns que já foram demitidos e ainda esperam pelo
dinheiro das rescisões. Enviamos vários ofícios para a Endicon e Coelce, mas as
respostas nunca apresentaram soluções aos problemas relatados", conta
Macêdo, acusando as duas empresas de descumprirem a convenção coletiva da
categoria (2020/2021).
O
sindicalista adiantou que na próxima semana o assunto será levado à justiça,
caso não haja sinalização de que o impasse será destravado. “Estaremos
ingressando com uma ação no Ministério do Trabalho, na próxima segunda-feira,
pedindo bloqueio de valores da Endicon e da Enel para garantir que os salários
sejam pagos”, afirma. Ainda segundo Macêdo, chega a 700 o número de
terceirizados que trabalham em municípios do interior cearense à espera da
regularização dos pagamentos.
O outro lado
A Endicon
Engenharia foi procurada pelo O POVO para comentar o assunto,
mas não atendeu ou retornou as ligações realizadas pela reportagem até o
fechamento desta matéria.
Já a Enel
Ceará, por meio de nota, disse que reforçou solicitação à empresa terceirizada
para que “cumpra com suas obrigações trabalhistas, bem como do contrato de
prestação de serviços”, mas não estipulou prazo para que o problema seja
resolvido. A distribuidora esclarece ainda que, apesar dos protestos, a
operação da rede elétrica não foi afetada e que o fornecimento de energia segue
dentro da normalidade em todo o Estado do Ceará. (O Povo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário