O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da 85ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, intimou o pastor Davi Góes, do Ministério Canaã, de Fortaleza, a esclarecer o discurso de que a vacina chinesa CoronaVac ocasiona câncer e traz HIV, dito pelo líder religioso aos fiéis em um culto realizado na sede da instituição, na capital cearense.
No
documento, o promotor de Justiça Ricardo Sant’Anna exige que o pastor
apresente, em 15 dias, suas capacitações técnicas, científicas, sanitárias ou
médicas, por meio de comprovante idôneo, diplomas ou certificados reconhecidos
para credenciá-lo como especialista qualificado a emitir análise sobre o tema
abordado por ele.
O
advogado do pastor, Ângelo Gadelha, disse que o religioso não recebeu
notificação e reitera que é necessário considerar o vídeo na íntegra.
De
acordo com o Ministério Público, a não apresentação dos documentos exigidos
pelo órgão será interpretada como a ausência de conhecimentos específicos sobre
o tema. Na intimação consta ainda o pedido do vídeo completo do culto, tendo em
vista que a mídia veiculada tem três minutos, e a cerimônia, mais de uma hora,
segundo o MPCE.
Entenda o caso
Em um
vídeo compartilhado nas redes sociais, sem citar provas, o pastor Davi Góes
afirma aos fiéis que o imunizante "altera o DNA", causa câncer e tem
"HIV dentro dela".
"Muitas
pessoas vão morrer de câncer, achando que foi câncer porque comeu alguma coisa,
porque foi hereditário, porque tem família, por causa de um tumor, mas na
verdade foi por causa da vacina. Depois que essa substância entrar no nosso
organismo vai atingir o nosso DNA, um cientista francês disse que até HIV tem
dentro dela", diz, sem apresentar provas.
No
último dia 15 de dezembro, as promotorias e centros de apoio do MPCE pediram que o pastor Davi
Góes seja responsabilizado civil e criminalmente por disseminar 'fake news' a
respeito da vacina chinesa CoronaVac, produzida no Brasil pelo instituto
Butantan, em São Paulo.
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