Desde que Jair Bolsonaro rifou Sergio Moro e encostou seu governo nos prontuários do centrão, o bolsonarismo esperava pelo sinal de que o fim, ou pelo menos o indício terminal de que o discurso anticorrupção do presidente não passava de estelionato eleitoral, estivesse próximo. O alarme, finalmente, soou.
As declarações de Renan Calheiros sobre o "grande legado" de Bolsonaro funcionam como um dos marcos da derrocada da pose de Bolsonaro. De agora em diante, tudo é epílogo no enredo do governo dedicado à ética.
Renan disse à CNN que Bolsonaro "pode deixar um grande legado para o Brasil, que é o desmonte desse estado policialesco." Cliente de caderneta da Lava Jato, Renan afirmou que Bolsonaro "já encadeou várias medidas." Mencionou o Coaf, empurrado para os fundões do organograma do Banco Central.
Citou a Receita Federal, que recebeu uma dose de sedativo. Lembrou a nomeação de Augusto Aras, um procurador-geral sem vocação para procurar. Enalteceu a indicação de Kássio Marques, um candidato ao Supremo cuja supremacia é um ponto de interrogação. Ou de exclamação.
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