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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

'Guru espiritual' denunciado por crimes sexuais durante reuniões de seita é preso

Guru afirmava as vítimas que seu órgão sexual era mágico e poderia ajudá-las. 

A Polícia Civil prende nesta terça-feira (29), por ordem da Justiça,  um estudante universitário que se auto-intitula  guru espiritual,  Pedro Ícaro de Medeiros, o “Ikky”, acusado da prática de crimes sexuais, em Fortaleza, por práticas contra duas adolescentes. 

A ação, faz parte da “Operação Erasta”, que também cumpriu mandados de busca e apreensão contra o suspeito em três endereços da Capital.

Os mandados foram expedidos pela 12ª Vara Criminal de Fortaleza. A investigação do Ministério Público do Ceará (MPCE) ficou a cargo do Núcleo de Investigação Criminal e contou com a colaboração do Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência (NUAVV).


O nome da operação faz referência aos conceitos da pederastia da antiga Grécia, em que Erasta era o homem com mais de trinta anos que se relacionava com jovens, visando refinar-lhes a educação.


“Ikky” é estudante de Filosofia e é apontado como o criador da Comunidade Afago, onde teria abusado sexual, físico e psicologicamente de jovens de aproximadamente 20 anos, entre 2018 e 2019, em Fortaleza.


Charlatão

As denúncias de crimes ocorridos dentro da seita espiritual vieram a tona com uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, exibida no dia 19 de julho deste ano. Em menos de uma semana, a Polícia Civil concluiu o inquérito e o MPCE denunciou o suspeito por violação sexual mediante fraude, crime sexual para controlar o comportamento social ou sexual da vítima, charlatanismo e curandeirismo.


A Comunidade Afago atraía os jovens pelo tratamento espiritual, participação em projetos sociais e cursos terapêuticos. “Não só pra mim, mas para uma roda de pessoas, ele dizia muitas vezes que o pênis (órgão sexual) dele era mágico”, disse uma das vítimas na época.


As vítimas chegaram a relatar que a seita possuía um ritual de batismo que deixava cicatrizes. Além disso, o grupo também tinha uma hierarquização. Para progredir, o jovem tinha que passar por provas violentas, como a troca de tapas, que promoviam “o crescimento pessoal e espiritual”.

 

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