A creche
e o ensino médio são os anos escolares que mais evidenciam a desigualdade
social no acesso à educação brasileira. Com dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o relatório da Todos pela Educação analisou a
taxa de atendimento escolar entre os 25% mais ricos e mais pobres do Brasil.
Pelos
dados, apenas 29%
das crianças pobres de até 3 anos frequentam creche. Entre
as de famílias ricas, a taxa aumenta para 51%. Nas faixas etárias de 4 e 5 anos
e de 6 a 14, a desigualdade social é de cinco e um ponto percentual,
respectivamente. Entretanto, o ensino médio evidencia novamente a evasão
escolar de jovens pobres de 15 a 17 anos: apenas 89%
estão matriculados, contra 98% entre os mais ricos.
Da mesma
maneira, a aprendizagem adequada também é afetada pela falta de equidade e
inclusão no ensino básico. De acordo com o documento, a aprendizagem em Língua
Portuguesa nas escolas com alto nível socioeconômico supera 80% no quinto e
nono ano do ensino fundamental e terceiro ano do médio. Já para as escolas de
baixo nível socioeconômico, as taxas mal alcançam 30%. No nono ano e terceiro
do médio, a aprendizagem adequada é só de 17%.
O
cenário fica mais crítico quando o assunto é Matemática. Alunos do terceiro ano
do ensino médio de escolas pobres têm índice de 3% de aprendizagem, contra 64% das escolas mais ricas. O
quinto ano do fundamental (26% contra 90%) e nono ano do fundamental (8% contra
71%) também apresentam o mesmo panorama.
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