A
procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
pediu nesta terça-feira (17) ao Supremo Tribunal Federal (STF)
para derrubar "qualquer ato" do poder público que configure censura
ou vigilância ao trabalho de professores.
Raquel Dodge é, na
prática, contra projetos como o Escola
Sem Partido e, no último
dia à frente da PGR, pediu ao Supremo para conceder uma decisão
liminar (provisória) para barrar ações cujo objetivo seja impor limitações ao
trabalho dos professores com base em "vedações genéricas".
Limitações
Para
Raquel Dodge, os professores não podem sofrer limitações com base em
"vedações genéricas e vagas" associadas a uma suposta "doutrinação
política e ideológica"; à emissão de opiniões político-partidárias,
religiosas ou filosóficas; à manifestação de convicções morais, religiosa ou
ideológicas eventualmente contrárias às de estudantes, pais ou responsáveis; e
à abordagem de questões relacionadas a gênero e sexualidade no ambiente
escolar.
Dodge afirma que o
Ministério Público e o Poder Judiciário têm sido acionados cada vez mais sobre
o assunto em razão de leis municipais e estaduais que tratam do tema ou em
razão de discussões em andamento nas câmaras e assembleias locais.
Para a procuradora-geral
da República, é preciso afastar "qualquer interpretação que viabilize a
realização de vigilância e censura da atividade docente".
'Controle' de ideias
"O
programa 'Escola sem Partido' e movimentos correlatos promovem, portanto,
desproporcional sacrífico da liberdade de expressão e das liberdades
educacionais, por meio da tentativa de imposição de proibições genéricas,
capazes de transformar estabelecimentos de ensino em comitês de controle de
ideias debatidas em ambiente escolar, em manifesta oposição ao que estabelecem
a Constituição da República e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
além dos diversos tratados internacionais", afirma. (G1)
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