O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, faz política inspirado
numa filosofia do Barão de Itararé. Consiste em viver às claras, aproveitando
as gemas e sem desprezar as cascas.
Na cerimônia de casamento de
Geraldo Alckmin com o centrão, o senador sentou-se à direita do candidato. Na
saída, praticou adultério político à esquerda. Declarou ao repórter Fabio
Murakawa, do Valor,
que votará em Lula se o pajé do PT for candidato.
Multi-investigado, Ciro
Nogueira simboliza a esperteza da oligarquia política nacional. Disputa a
reeleição para o Senado no Piauí. Nesse pedaço do mapa, campeão do Bolsa
Família, Lula ainda reina. E Alckmin não passa de um asterisco.
''Temos uma aliança lá [no
Piauí] com o governador Wellington Dias (PT), temos uma proximidade muito
grande com o presidente Lula. Estamos esperando a definição. Se o presidente
vier a ser candidato, nós votaríamos no presidente Lula lá'', disse o suposto
aliado de Alckmin.
Às vésperas de fechar com
Alckmin, Ciro Nogueira declarava amor eterno ao xará Ciro Gomes. Na votação do
impeachment, prometera fidelidade a Dilma Rousseff. Horas depois, após
certificar-se de que o vento trocara de lado, votou a favor da guilhotina.
Ganhou de Michel Temer dois ministérios e a presidência da Caixa Econômica
Federal.
Se pudesse, Ciro Nogueira
talvez trocasse os dizeres da bandeira nacional. Em vez do bom e velho “Ordem e
Progresso”, algo mais, digamos, empreendedor: “Negócio é negócio.”
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