O PT
espalha pela internet um bordão: “Eleição sem Lula é uma fraude.” Esse slogan embala
um movimento que se autoproclama defensor “da Justiça, da democracia e da candidatura
de Lula.” Na Justiça do PT, o único veredicto válido é a absolvição de Lula. Na
democracia do PT, o único aceitável é a re-re-reeleição de Lula. No Brasil
paralelo que o PT construiu para si mesmo, o único caminho para a felicidade é
a candidatura de Lula.
No Brasil real, que o PT finge não existir, Lula é um
presidenciável precário, que imprime no processo eleitoral um rastro pegajoso.
Suas pegadas são feitas de mensalão, petrolão, apartamento de praia, sítio de
veraneio, tráfico de influência, contas milionárias e palestras de fancaria.
Em 24 de janeiro, a segunda instância do Judiciário pode grudar
em Lula um veredicto que fará dele candidato favorito à cadeia, não ao
Planalto. O companheiro José Dirceu, multi-condenado no mensalão e no petrolão,
antecipa a reação do PT. Chama a provável condenação de Lula de golpe do
Judiciário. Se golpe houver, será contra a impunidade. Noutros tempos, o PT
exigia pratos limpos. Hoje, suprema ironia, o partido cospe num prato em que já
não pode comer.
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