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quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

PT cospe num prato em que já não pode comer

O PT espalha pela internet um bordão: “Eleição sem Lula é uma fraude.” Esse slogan embala um movimento que se autoproclama defensor “da Justiça, da democracia e da candidatura de Lula.” Na Justiça do PT, o único veredicto válido é a absolvição de Lula. Na democracia do PT, o único aceitável é a re-re-reeleição de Lula. No Brasil paralelo que o PT construiu para si mesmo, o único caminho para a felicidade é a candidatura de Lula.

No Brasil real, que o PT finge não existir, Lula é um presidenciável precário, que imprime no processo eleitoral um rastro pegajoso. Suas pegadas são feitas de mensalão, petrolão, apartamento de praia, sítio de veraneio, tráfico de influência, contas milionárias e palestras de fancaria.

Em 24 de janeiro, a segunda instância do Judiciário pode grudar em Lula um veredicto que fará dele candidato favorito à cadeia, não ao Planalto. O companheiro José Dirceu, multi-condenado no mensalão e no petrolão, antecipa a reação do PT. Chama a provável condenação de Lula de golpe do Judiciário. Se golpe houver, será contra a impunidade. Noutros tempos, o PT exigia pratos limpos. Hoje, suprema ironia, o partido cospe num prato em que já não pode comer.

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