Interessado
em firmar um acordo de colaboração com a Justiça, o doleiro Lúcio Bolonha
Funaro prestou depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga Michel
Temer. Ele admitiu ter atuado como operador de esquemas que abasteceram o caixa
dois do PMDB com verbas de corrupção. Declarou que Temer tinha pleno
conhecimento de que as campanhas da legenda eram vitaminadas com recursos
provenientes de propinas.
O depoimento
de Funaro ocorreu na última quarta-feira. O conteúdo foi noticiado no site da
revista Veja e no Globo. Presidente licenciado do PMDB, Temer
comandou a legenda por 15 anos, até 2016. Procurado, mandou dizer que não teve
conhecimento senão das doações oficiais ao partido. Funaro disse que chegou a
conversar com o próprio Temer sobre o dinheiro que azeitava as arcas do PMDB.
Mas o presidente da República assegura que nem conhece o doleiro.
Preso há 11
meses na penitenciária da Papuda, em Brasília, Funaro foi ouvido por cerca de
quatro horas. Já se sabia que ele havia atuado como operador de esquemas de
corrupção encabeçados por Eduardo Cunha, preso em Curitiba. Interessado em se
tornar delator, ele jogou o PMDB na fogueira. Negou, porém, que tivesse
recebido dinheiro do Grupo JBS para se manter calado.
Funaro não
teve como negar, porque está filmado, o repasse de R$ 400 mil em dinheiro vivo
para sua irmã , Roberta Funaro. O doleiro alegou que se trata de pagamento
por serviços que ele teria prestado licitamente à empresa. Difícil será
explicar por que sua irmã recebeu a verba não por meio de transferência
bancária, mas num encontro sorrateiro com executivo da JBS, num estacionamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário