Na véspera de completar
70 anos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não escondeu a mágoa com
Dilma Rousseff e responsabilizou a sucessora pela operação de busca e apreensão
feita pela Polícia Federal na empresa LFT Marketing Esportivo, pertencente a
Luís Cláudio, seu filho mais novo. Em conversa com pelo menos três amigos,
nessa segunda-feira (26/10), em momentos distintos, Lula se queixou de Dilma e
disse que a situação “passou dos limites”.
Para o ex-presidente,
Dilma só ouve o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo – que, na sua
avaliação, quer apenas “aparecer” -, e não entende que, em nome do combate à
corrupção, pode destruir o projeto político do PT.
Em São Paulo, o ministro
da Casa Civil, Jaques Wagner, tentou ontem pôr panos quentes na crise e acalmar
Lula. Não conseguiu. “O governo não tem qualquer interferência nas
investigações. Agora, nem a Operação Lava Jato nem a Zelotes podem ser a agenda
do País”, disse Wagner. “Precisamos virar essa página.”
Lula estará na
quinta-feira em Brasília, para participar da reunião do Diretório Nacional
petista, e vai pregar uma forte reação do partido ao que chama de “ofensiva”
para destruir o PT e o seu legado. Na ocasião, receberá a solidariedade dos
correligionários.
No diagnóstico de Lula, a Polícia Federal está cometendo
“abusos”, com desrespeito à Constituição, e os acusados não têm acesso às
acusações para se defender. “A gente não pode permitir que ladrões queiram pôr
na nossa testa o carimbo da corrupção”, afirmou.
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