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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Ao insistir na CPMF, Dilma desafia os prognósticos de Temer e testa PMDB

Num instante em que pedaços de sua coligação se juntam à oposição para forçar a porta de emergência do impeachment, Dilma Rousseff decidiu pagar para ver. Ao recolocar no baralho a carta da CPMF, a presidente desafia Michel Temer e testa os humores do PMDB. Ela desafia o vice-presidente ao ignorar seu prognóstico de que o imposto do cheque resultaria em derrota no Congresso. Testa a bílis do PMDB ao dar de ombros para o aviso da legenda de que não apoiaria mordidas no contribuinte.
O próprio Temer cuidou de alardear sua previsão. Há 15 dias, numa palestra para empresários, em São Paulo, ele contou que recebera um telefonema de Dilma para avisar que o governo havia decidido recriar a CPMF. Respondeu que a iniciativa produziria uma “derrota fragorosa” para o governo no Legislativo. “E a essa altura do campeonato não podemos nos dar ao luxo de uma derrota fragorosa.''
Pois na noite desta segunda-feira, horas depois do anúncio do mais recente pacote fiscal do governo, Dilma recebeu para o jantar no Alvorada 19 governadores de partidos governistas, entre eles os do PMDB. Eles se queixaram do fato de o governo ter reduzido a alíquota da CPMF de 0,38% para 0,2%, escluindo Estados e municípios da partilha. E o ministro petista Jaques Wagner (Defesa), espécie de articulador informal do governo, jogou uma isca sobre a mesa.
Ecoando estratégia combinada por Dilma com o ministro Joaquim Levy (Fazenda), Wagner disse que, se os governadores conseguissem convencer os parlamentares a restituir a alíquota de 0,38%, repartiria o excedente com Estados e municípios. Os comensais de Dilma morderam a isca. E assumiram o compromisso de molhar a camisa no Congresso pela CPMF. Não se ouvir voz destoante. Entre os que apoiaram a ideia estavam os peemedebistas Luiz Fernando Pezão, do Rio, aliado de Cunha; e Renan Filho, herdeiro de Renan-pai. (Josias de Souza)

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