Que enfrentariam cenário adverso os governistas do Ceará já sabiam. Mas o que a pesquisa O POVO/Datafolha, divulgada no O POVO desta quinta-feira, 14, mostra é que o primeiro mês de campanha não serviu para reduzir a vantagem de Eunício Oliveira (PMDB) em relação a Camilo Santana (PT). O peemedebista tem 47% das intenções de voto, enquanto os adversários, somados, têm 30%. Se a eleição fosse hoje, seria eleito com muita folga no primeiro turno.
Mas a eleição não é hoje. E, na próxima terça-feira, começa a propaganda eleitoral de rádio e televisão. O tempo é parelho
A distância de nada desprezíveis 28 pontos percentuais, após mais de um mês de campanha, explica o tom agressivo que adotaram os irmãos Ferreira Gomes nas últimas semanas. Cid Gomes (Pros) é o principal protagonista da campanha de Camilo. Em caso de vitória, ele será o óbvio protagonista. Mas há aí outra notícia ruim para o petista: o governador está longe de sua maior popularidade. Desde o fim do primeiro mandato, acumulou queda de 19 pontos percentuais em quase quatro anos. Ao passo que a desaprovação é a maior desde 2007 e a nota média que a população lhe atribui retornou ao menor patamar observado ao longo do governo.
Ainda assim, é bastante popular. Os 46% de eleitores que consideram seu trabalho ótimo ou bom se equivalem ao índice de Eunício em intenções de voto. Com a exposição no horário eleitoral – é da história das campanhas – a avaliação do governador vai melhorar. Outra má notícia para os governistas está na rejeição. A de Camilo é a maior e a de Eunício, a menor.
A soma de fatores sinaliza a vitória de Eunício? Não. Mas mostra que, no mínimo, essa é a disputa mais árdua que os Ferreira Gomes enfrentam no Ceará desde que passaram a compor a elite política do Estado. Desde os anos 1970, todos os governadores eleitos tiveram o apoio do grupo. Para manter a escrita, terão de batalhar como nunca. Érico Firmo
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