Em sete Estados brasileiros, o número de contratos temporários
de professores da rede estadual ultrapassa a quantidade de contratos efetivos
(concursados ou estáveis). São eles: Espírito Santo (71%), Mato Grosso
(66,1%), Acre (62,9%), Ceará (60,2%), Mato Grosso do Sul (60,1%), Santa
Catarina (59,8%) e Paraíba (51,9%). As informações foram obtidas a partir de
levantamento do UOL nos microdados do
Censo Escolar 2012.
Em média, três em cada dez
contratos nas redes estaduais são temporários, de acordo com o
levantamento. As outras modalidades possíveis, segundo o Censo, são: efetivo
(concursado ou estável), terceirizado ou em regime de CLT. Professores com
contratos temporários não têm estabilidade e possuem menos direitos que os
efetivos e concursados.
Segundo o
levantamento, em outras 15 redes estaduais o número de contratos temporários
representa de 45% a 20% do total de contratações. Em quatro Estados, o
percentual varia de 18% a 14%. O Rio de Janeiro apresenta o índice mais baixo
de contratações temporárias, com 3,5%.
Segundo o promotor
de Justiça, João Paulo Faustinoni e Silva, a regra constitucional geral
é a de contratação de professores por concurso público. "A
Constituição, todavia, admite a contratação por tempo determinado para atender
a necessidade temporária de excepcional interesse público. Como a própria norma
afirma, não há número razoável para tais contratações, pois devem ser
excepcionais e temporárias", diz o promotor.
Política permanente
Para Ocimar
Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São
Paulo), os números mostram que a contratação de temporários passou a
ser uma política de pessoal permanente.
Alavarse acredita
que a redução desse percentual pode ser obtida com um "simples
controle" da realização de concursos, por meio da previsão de
aposentadorias e situações como licenças médicas e afastamentos. "Não
deveria ter nenhum temporário, porque a necessidade de reposição é
previsível", afirma o professor da USP.
As redes estaduais de
ensino possuem mais contratos temporários de professores do que as redes
municipais. No geral, 31,3% dos contratos das redes estaduais são temporários; já
nas redes municipais, o número cai para 25%. (uol)
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