Ao todo, 76 crianças e adolescentes aguardam para serem adotados no Ceará. Enquanto isso, na fila de espera existem 384 pretendentes a pais. Os números divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deveriam ser animadores para as crianças, se não fossem as exigências dos candidatos a pais.
Os dados registrados até 1º de outubro revelam que o preconceito racial e as exigências quanto à idade traçam um perfil difícil de ser alcançado no Nordeste. Entre os 1.981 pretendentes do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) existentes na região, o perfil mais desejado é o de crianças com até dois anos, de raça branca (249) ou parda (248). No CNA, há 86 crianças brancas para adoção na região.
De acordo com os dados do CNJ, o Brasil tem 5.414 crianças e adolescentes que aguardam adoção e 28.362 mil pretendentes. O estudo mostra que 91% dos candidatos em todo o País desejam filhos da raça branca. Em seguida vem a raça parda, com 63,32%. Já a idade mais desejada são crianças com até dois anos de idade com a preferência de 20,5% dos candidatos.
O estudo "Encontros e Desencontros da Adoção no Brasil: uma Análise do Cadastro Nacional de Adoção", feito pelo Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e divulgado ontem, constatou que no Norte do país, 26,5% das crianças aptas à adoção têm até cinco anos, no Nordeste elas são 16,9%. No Centro-Oeste, Sul e Sudeste o índice não chega a 10%.
Para adotar crianças com até três anos, o percentual de adotantes é 56%. Em contrapartida, apenas 3% das crianças e adolescentes inscritos têm essa idade. (Diário do Nordeste)
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