Pressionado por vários colegas, José Sarney (PMDB-AP) mandou incluir na pauta de votações do Senado as propostas que acabam com o voto secreto para a cassação de mandatos de parlamentares. O tema vai a debate na quarta-feira (13) da semana que vem.
Há no Senado pelo menos três projetos de emenda constitucional que versam sobre esse assunto. Aguardavam pela boa vontade de Sarney. A mais antiga começou a tramitar em 2006 e estava na fila do plenário havia dois anos.
Só agora, quando encaminha-se para a guilhotina o pescoço de Demóstenes Torres, os senadores se deram conta de que seria conveniente pressionar Sarney, arrancando-o da letargia. Pode ser tarde demais.
Ainda que os senadores aprovem uma das emendas em tempo recorde, o texto terá de ser enviado à Câmara. Ali, entra numa fila que pode demorar anos. Para cortar os prazos, seria necessário um amplo entendimento entre todos os partidos –na Câmara e no Senado. Algo que, por ora, não se enxerga no horizonte.
Antes de Demóstenes, frequentaram o patíbulo o próprio Sarney, em 2009, e Renan Calheiros (PMDB-AL), em 2007. Nas duas oportunidades, discutiu-se muito sobre a necessidade de extinguir o voto secreto. E nada.
Os processos contra Sarney (uma dúzia) foram abatidos no Conselho de Ética. Renan chegou a ser julgado no plenário do Senado. Beneficiado pela sombra do voto secreto, foi absolvido. Uma, duas vezes.
Blog do Josias
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