Brasília Na posse da ministra Eleonora Menicucci
(Secretaria de Política para Mulheres), a presidente Dilma Rousseff afirmou que
a indicada, favorável à descriminalização do aborto, atuará seguindo a linha do
governo. Eleonora é, disse Dilma, "uma feminista que respeitará seus
ideais, mas que vai atuar segundo as diretrizes do governo em todos os temas
sobre os quais terá atribuições". A fala foi seguida de silêncio da
plateia, que se manifestou diversas vezes efusivamente na cerimônia realizada
no Palácio do Planalto.
Desde que foi pressionada por evangélicos durante a campanha eleitoral, Dilma mantém o compromisso de não capitanear mudanças pró-aborto na legislação atual - posição criticada pelo movimento feminista.
Menicucci assumiu já provocando polêmica. Defensora da mudança na legislação relativa ao aborto, e ela própria já tendo passado por dois, a ministra virou alvo de críticas do segmento evangélico.
Ontem, três dias após a oficialização do nome de Menicucci, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disparou críticas contra ela no microblog Twitter. Ele disse que a bancada evangélica se unirá "para combater a abortista".
Dilma citou ter visto, nesta semana, questionamentos sobre a escolha de Menicucci. Afirmou que a escolheu "sobretudo pelo conjunto da obra", mas passou um recado para os evangélicos. "Quando assumimos o governo, nós governamos para todos os brasileiros e brasileiras, sem distinções políticas, religiosas ou de qualquer outra ordem" frisou.
Menicucci não deixou de citar o tema dos direitos reprodutivos em seu discurso. Não se pode aceitar, disse ela, "que os serviços de atendimento a vítimas de violência sexual continuem sem manutenção, sem ampliação, que as mulheres continuem sendo mal atendidas em repartições públicas e privadas e que tenham seus direitos reprodutivos e sexuais desrespeitados".
DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário