Decretada
em assembléia da noite de 31 de janeiro, a greve da Polícia Militar da Bahia
produziu estatísticas macabras. Entre 1o de
fevereiro, data em que os PMs cruzaram os braços, e a manhã deste sábado (11),
dia em que decidiram voltar ao ao trabalho, foram assassinadas em Salvador 167
pessoas.
No período pesquisado, os cadáveres eram contados em 109.
Excluindo-se seis pessoas passadas na faca, duas linchadas e uma carbonizada,
chega-se ao numero de assassinados a bala: 100. A maioria dos corpos, 59,
desceu à cova com perfurações de tiro na cabeça. Coisa típica de execução.
Dos 109 homicídios
cobertos pela pesquisa dos repórteres, 99 ocorrem nos subúrbios, nas favelas e
nos bairros pobres de Salvador. No alvorecer da greve, o governador Jaques
Wagner creditara parte das mortes a grevistas interessados em espalhar o
pânico. Dissera que, havendo provas de execução, a suspeita viraria denúncia
formal.
Torça-se para que o encerramento da greve não elimine a
curiosidade do governador. Antes desejável, a elucidação dos assassinatos
tornou-se algo imperioso. O silêncio da banda boa da PM da Bahia –supondo-se
que ela exista— é constrangedor e apavorante.
Constrange
porque passa ao contribuinte a impressão de que o dinheiro que lhe tiram da
carteira financia o crime. Apavora porque não se vislumbra, por ora, a mais
remota perspectiva de punição dos criminosos. Ou muda-se o quadro ou nada do
que as autoridades baianas disserem merecerá respeito.
Blog do
Josias
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