“Tenho medo de
encará-lo”, diz Célia Moreno, sobre o ex-capitão da PM, Daniel Gomes, acusado
de assassinar filhos dela, Marcelo e Leonardo Moreno Teixeira, que eram
estudantes de medicina, em Iguatu, a 384 km de Fortaleza. Ela passou mal
e retirou-se da sala onde acontece o julgamento do ex-capitão nesta
quarta-feira (7) no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. “O sentimento de medo
em encontrá-lo vem quando penso no meu outro filho, o único que me resta”,
afirma. No último dia 29, o julgamento foi adiado devido a ausência de uma
testemunha.
O segundo a depor foi o funcionário da churrascaria onde
ocorreu o assassinato. Ele disse que chegou a intervir no momento da briga
entre o ex-capitão e Marcelo Teixeira e, quando achava que tinha apartado os
dois, o ex-capitão sacou uma arma da perna e disparou contra o estudante de
medicina. O funcionário da churrascaria afirmou que Leonardo Teixeira Moreno
apareceu após o irmão dele ter sido baleado.
A
terceira testemunha, o garçom da churrascaria, revelou mais detalhes do momento
do assassinato ao dizer que Leonardo entrou em luta corporal com o ex-capitão
após a morte do irmão e acabou também levando um tiro. Ambos foram baleados no
abdômen. O garçom disse ao júri ter servido oito doses de whisky ao ex-capitão,
revelação que gerou uma discordância entre os advogados de defesa e acusação. O
terceiro depoente lembrou também das palavras que o ex-capitão disse após ter
matado os dois irmãos: “Acabei com a minha vida e com a desses dois rapazes”.
Estudantes assassinados |
O caso
De
acordo com a denúncia do Ministério Público (MP) do Estado, os irmãos foram
assassinados na madrugada de 17 de março de 2007, em uma churrascaria. Segundo
testemunhas, Marcelo foi urinar próximo ao carro de Daniel Gomes, onde a
enteada do policial estava dormindo.
Ao ver a cena, ele foi tomar satisfações com o estudante. O PM agrediu e atirou no abdome do rapaz. Leonardo saiu em defesa do irmão e também foi atingido no abdome. As vítimas foram socorridas, mas não resistiram e vieram a falecer.
No mesmo dia, o acusado se apresentou à Delegacia de Jaguaribe e confessou ter matado os irmãos, alegando legítima defesa. Afirmou que a arma usada foi tomada de um dos universitários e que, atirar, foi o único meio para se defender das agressões dos estudantes.
Fonte:
G1
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