Brechas
na legislação, manobras jurídicas e a morosidade da Justiça levaram um réu
confesso de homicídio a livrar-se de condenação por seu crime, em Mato Grosso.
Hoje advogado em Cuiabá, o então estudante Sérgio
Leonardo Campos Braga tinha 18 anos quando matou com cinco tiros, no dia 11 de
fevereiro de 1995, o eletricista João Bezerra da Silva, 41.
O motivo:
um pequeno acidente de trânsito, sem vítimas. O estudante, em um Honda Civic,
havia saído de um restaurante onde comemorava com amigos sua aprovação no
vestibular. João Bezerra, que fazia aniversário naquele dia, voltava do
trabalho em seu Fusca com o filho de 10 anos. Segundo as testemunhas, houve
bate-boca entre eles. Bezerra foi morto com quatro tiros no peito e um na mão.
Daquele dia até hoje, Sérgio Leonardo não passou sequer um dia preso. E, desde
19 de setembro, não pode mais ser punido -segundo a Justiça, seu crime
prescreveu. Sobrinho do ex-governador e hoje senador Jayme Campos (DEM), Sérgio
foi defendido por uma equipe de advogados que usou, ao longo de 16 anos,
inúmeros artifícios jurídicos para atrasar o andamento do processo.
Menor de 21 anos à época do crime, o
estudante tinha a seu favor um prazo de prescrição reduzido à metade.
Testemunhas de defesa foram arroladas no Japão, em Portugal e nos EUA.
Fonte: Jornal O Povo
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