A visita da presidente Dilma Rousseff (PT) ao Ceará já acirra a pressão de prefeitos cearenses na busca por ações emergenciais de combate à seca no Estado. Na manhã de ontem, assembleia da Associação dos Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece) reuniu demandas de gestores do interior, que serão levadas à Dilma durante o evento, marcado para a próxima terça-feira, 2. Entre os pontos mais criticados, a falta de logística para a distribuição de ração animal e da perfuração de poços profundos.
“Faltam escavadeiras para fazer poços e comida pro rebanho. Abastecer com carro-pipa é fácil, o desafio é fazer uma política de abastecimento rápida e continuada. Pra isso não tem apoio, e o gado está sofrendo”, afirma o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSD). Maior produtor de leite do Estado, o município já perdeu, do meio de 2012 para cá, cerca de 20% do rebanho, reduzindo a produção de 130 mil litros diários de leite para 80 mil.
Diversos prefeitos defenderam ainda que o Governo Federal promova convênios para a perfuração de poços diretamente com os municípios, reduzindo a burocracia. Atualmente, os convênios são intermediados pelo Estado. A reunião também externou muita preocupação dos gestores com o nível de água dos açudes da região.
“Sobre essa questão dos açudes, já estamos direcionando R$ 24 milhões para a construção de adutoras em sete municípios em estado de emergência”, diz Rennys Frota, presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh).
Em tom predominante de crítica ao Governo Federal, o evento terminou criando comissão para elencar temas mais emergenciais sobre a seca no Estado. “Quando começaram os problemas das chuvas no Rio de Janeiro, nas últimas semanas, a presidente Dilma rapidamente foi atrás do governador do Rio. Isso deixa a gente apreensivo, pois já estamos em situação de calamidade desde o ano passado”, afirma o prefeito de Capistrano, Cláudio Saraiva (PDT). (Jornal O Povo)
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