Com a ofensiva contra assuntos como casamento gay e descriminalização do aborto e das drogas, a bancada evangélica passou a dedicar esforços para a ocupação de comissões que tratam desses temas na Câmara dos Deputados. Em conjunto com a indicação de Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), grupos religiosos também ampliaram presença em outra comissão-chave para seus interesses: a de Seguridade Social e Família.
No caso da CDHM, membros desse segmento radical ocupam este ano quase 40% das cadeiras. Dos 36 deputados que compõem a comissão, 14 são da bancada evangélica, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Na partilha dos cargos da comissão, o pequeno PSC aparece como maior força, com cinco dos 18 titulares. A ocupação não vem à toa. Pela CDHM passam projetos como o da legalização da união civil entre pessoas do mesmo sexo e a proposta que criminaliza a homofobia - ações que agem diretamente contra o interesse de segmentos fundamentalistas.
Com leque de atribuições mais amplo, a Comissão de Seguridade Social e Família é responsável por analisar projetos ligados à saúde pública - como flexibilização e endurecimento de normas sobre o consumo de drogas e bebidas alcoólicas - e à família - envolvendo desde a adoção de crianças por casais gays até a descriminalização do aborto. Nesse grupo, a frente parlamentar evangélica ocupa 18 dos 72 assentos disponíveis.
A ocupação dos espaços por essas bancadas nas comissões do Congresso reflete também o crescimento dos evangélicos nas urnas. De acordo com o Diap, o número de parlamentares da bancada saltou de 36 em 2006 para 73 em 2010, a maioria oriundos de igrejas neopentecostais. Dentro desse aumento, quem mais cresceu foi o PSC, que elegeu 11 deputados da corrente. (Jornal O Povo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário