O STF
cogita realizar um movimento que pode radicalizar o clima de gafieira que se
instalou no tribunal. Num instante em que Lula passou a temer a chegada dos
agentes da Polícia Federal à cobertura de São Bernardo, a Suprema Corte pode
apressar a mudança da regra que prevê a prisão de condenados na segunda
instância. Se isso acontecer, Lula não receberá voz de prisão, apesar do 3 a 0
histórico registrado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
A decisão que abriu a porta das celas para os larápios com
sentença de segundo grau foi aprovada pelo plenário do Supremo. Placar
apertado: 6 a 5. Mas o sucesso da Lava Jato fez surgir no tribunal uma política
de celas abertas. E a condenação de Lula reforçou nos adeptos dessa corrente o
desejo de anestesiar o ímpeto de procuradores e magistrados que querem apressar
o cumprimento das penas.
Mesmo condenado, Lula foi lançado como candidato ao Planalto
pelo PT. Em discurso, disse não exergar nenhuma razão para respeitar a decisão
unânime dos desembargadores de Porto Alegre. E o Supremo flerta com a ideia de
transformar a concretização da justiça num momento infinito, adiado eternamente
por recursos protelatórios.

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