Croatá: validação dos votos de Maura muda resultado da composição da Câmara Municipal, cai um vereador do 15 e entra um vereador do 12

O resultado das eleições 2016 para vereador em Croatá, para quem acessava o resultado web do TSE dizia que ainda poderia ser mudado. E por quê? Porque a candidata Maura, substituta da Sandra, da coligação do Prefeito eleito Thomaz Aragão estava indeferida e seus votos, nulos.

Pois bem, ela recorreu ao TRE em Fortaleza e foi deferida pelos desembargadores, só que ainda não tinham validados seus votos. Nesta sexta-feira (21/10) a Juíza mandou que o Cartório de Guaraciaba revalidasse e retotalitasse no sistema os votos. Mas e por quê?

Porque é eleito vereador não o candidato, mas o partido ou coligação é quem elege. Funciona assim: pega-se o número de votos para vereador dos dois lados, soma e divide pelo número de vagas da Câmara, e assim acha-se o quociente partidário.

Pega-se o total de votos do partido e divide-se pelo quociente partidário e então, tem-se o número de vagas do partido. 

Em Croatá, antes da retotalização dos votos de Maura, deu: 

Thomaz: 3.816 + 402 votos de legenda = 4.218

Ant. Onofre: 5.586+ 364 votos de legenda = 5.950 (sim, é isso mesmo, votaram mais gente para vereador do lado do 15, do que para o prefeito).

Somando-se os dois, deu 10.168/11 = 924 votos que foi o quociente eleitoral.

Então pega o número de votos de cada lado e divide-se pelo quociente:

Thomaz:  4.218/924 = 4 vagas

Ant. Onofre: 5.950/924 = 6 vagas. Daí você pergunta: mas são 11 vagas na Câmara e aí só deu 10. Calma, agora vamos ao cálculo das sobras para ver qual partido ganha a vaga restante.

Pega-se o total de votos do partido, divide pelo número de vagas conquistadas mais um. Quem  tiver a maior média, fica com a vaga. Vamos lá de novo:

Thomaz:  4.218/4 + 1 = 843 votos.

Ant. Onofre: 5.950/6 + 1 = 850 votos. A média de Ant. Onofre foi maior, portanto, entra o mais bem votado, que no caso tinha sido o Jeferson do Zé Brás com 375 votos.

Refazendo os cálculos com os 47 votos validados de Maura, mãe de Sandra:

Thomaz: 3.816 + 402 votos de legenda = 4.218 + 47 = 4.265

Ant. Onofre: 5.586+ 364 votos de legenda = 5.950

Somando-se os dois, deu 10.215/11 = 928 votos que foi o quociente eleitoral.

Então pega o número de votos de cada lado e divide-se pelo quociente:

Thomaz:  4.265/928 = 4,59 = 4 vagas

Ant. Onofre: 5.950/928 = 6,41 = 6 vagas. Daí você pergunta: mas são 11 vagas na Câmara e aí só deu 10. Calma, agora vamos ao cálculo das sobras para ver qual partido ganha a vaga restante.

Pega-se o total de votos do partido, divide pelo número de vagas conquistadas mais um. Quem  tiver a maior média, fica com a vaga. Vamos lá de novo:

Thomaz:  4.265/4 + 1 = 853 votos.

Ant. Onofre: 5.950/6 + 1 = 850 votos. A média da Coligação de Thomaz  ficou maior, portanto, entra o quinto mais bem votado, que é a Vitória do Haroldo, com 374 votos. 

Neste caso, o Jeferson fica de fora, mesmo tendo tirado um voto a mais. Para ele ser eleito, tinha que ter tirado o total de votos do 6º vereador + 1 do lado do 15, que no Caso foi a Maria Pereira, com 388 votos. Bastava ele ter tirado 389, ou seja, 14 votos a mais. Se tivesse investido mais... conversa, é claro, tinha dado certo.

A composição da Câmara fica assim 5 vereadores do lado de Thomaz e 6 do lado de Antônio Onofre. O blog esclarece as regras de composição, porque as vezes as pessoas pensam que é outra coisa, processo, etc., mas não tem nada a ver.