Após
64 dias de greve e um mês de trégua para negociação com o governo, professores
da rede estadual de ensino do Ceará deliberaram, ontem à tarde, iniciar uma
nova paralisação já no próximo dia 25, data de mais uma assembléia.
A categoria, com os nervos à flor da pele e insatisfações
salariais de sobra, queria abandonar as salas de aula ontem, mas o Sindicato
dos Professores do Ceará (Apeoc) pisou o pé no ´freio´ e pediu um prazo
jurídico de oito dias para a decretação formal da decisão.
Entre
mil descontentamentos dos educadores e tantas cautelas dos advogados da Apeoc,
os servidores terão que esperar a publicação de edital na segunda-feira e
comunicado oficial ao Governo do Estado do Ceará e ao Tribunal de Justiça do
Ceará (TJ-CE) do fim daquela primeira greve, que só estava suspensa, e início
de uma nova no Interior e na Capital. Toda essa novela se desenrolou no
auditório lotado do Aécio de Borba.
Frustração
A notícia de que os profissionais teriam que voltar normalmente às aulas na segunda-feira pareceu ter frustrado muita gente que já veio com o anseio de paralisar. Ao final da assembléia, gritos e xingamentos comprovaram uma certa descrença com o sindicato. Acusações de manobras foram esbravejadas pelos quatro cantos do ginásio.
A notícia de que os profissionais teriam que voltar normalmente às aulas na segunda-feira pareceu ter frustrado muita gente que já veio com o anseio de paralisar. Ao final da assembléia, gritos e xingamentos comprovaram uma certa descrença com o sindicato. Acusações de manobras foram esbravejadas pelos quatro cantos do ginásio.
O
aumento anunciado pelo governo de 15% não geraria efeito algum, visto que já
seria um aumento previsto para o ano de 2012. "A maioria dos que querem a greve são professores em início de
carreira que ganhavam anteriormente R$ 2 mil e só vão ter R$ 1,6 mil. Um
absurdo", frisou o servidor Adriano César, 31.
Opinião do Professor Bebl.
Ele se esqueceu de dizer que além dos professores em início
de carreira, tem os temporários que são maioria no interior, que também iriam
ganhar 2 mil. É um retrocesso, pois se antes íamos ganhar 2 mil, voltar para
ganhar 1,6 mil é absurdo.
Está
tendo um jogo de interesses muito grande. Quando o governo queria aumentar os
salários de quem ganha muito pouco, os que já ganham em torno de 2,6 mil não
queriam. Agora, a proposta para estes foi boa, mas para nós, que ganhamos pouco
é ruim.
O governo não tem condições de dar um aumento significativo
para todos, porque tem a questão dos inativos (aposentados), que como o regime
é estatutário, também teriam seus salários aumentados, dentre outros pontos. Agora,
deixar os que já estão na miséria continuar na miséria é absurdo.
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